Eurídice Moreira

A Eurídice tem hoje trinta anos. Há cerca de cinco anos atrás passou pelo momento mais dificil da sua vida: a amputação de uma perna. Até esse dia tentou de tudo para não perder uma parte de si. Após vários tratamentos em Cabo Verde, os quais implicavam longos períodos de tempo de internamento, e ainda a procura de outros diagnósticos no Senegal, a Eurídice convenceu-se que teria mesmo de amputar um dos seus membros inferiores.
Foi então que o CENORF passou a fazer parte da sua vida. "O dia 11 de Maio de 2013 foi o dia mais triste da minha vida! Chorei muito mas ao mesmo tempo ganhei uma nova vida. Em 2014 conheci o CENORF e não tenho palavras para descrever o que eles fizeram e ainda fazem por mim. Profissionais competentes e amigos solidários que me fazem sentir especial ao ponto de esquecer a minha deficiência. São uma nova família para mim!".
Numa altura em que a Eurídice precisou de uma nova prótese, o nosso Centro ofereceu-lhe essa prótese proporcionando à Eurídice uma vida independente e permitindo-lhe fazer aquilo que quer. "Muito obrigado é pouco para agradecer o que o CENORF fez por mim!".
​
09 de setembro de 2018
Marilson Semedo - Atleta paralímpico de Cabo Verde

Marilson Semedo foi vítima de um atropelamento em Outubro de 2006. Este acidente fez com que o jovem perdesse a perna esquerda e, portanto, necessitasse de uma prótese femural.
Em Abril de 2007, o Marilson conheceu o CENORF que fez a conceção da sua prótese e todo o processo de reabilitação e acompanhamento. Dois meses depois este alteta já conseguia praticar actividade física e foi então que conheceu os desportos nos quais hoje é medalhado a nível nacional: lançamento do peso, do dardo, do disco, power lifting, voleibol sentado e basquetebol em cadeira de rodas. A nível internacional já venceu medalhas no lançamento do dardo (medalha de Prata nos jogos da Francofonia em Abidjan 2017 e mais recentemente em 2018 venceu a medalha de Ouro no Grand Prix da Tunísia).
O CENORF acompanhou sempre de perto o percurso deste atleta que afirma que o nosso centro deu uma nova luz na sua vida!
​
15 de setembro de 2018
Neusa Garcia

A Neusa tem, neste momento, 33 anos. No dia 27 de novembro de 2008, apresentava uma grave lesão medular devido a uma bala que a atingiu nas costas. Foi internada e diagnosticada com uma paraplegia no Hospital Agostinho Neto, onde fez tratamentos fisioterapeuticos durante 2 meses. No entanto, os médicos disseram-lhe que não iria voltar a conseguir andar ou sequer fazer algum tipo de movimento. A partir desse momento, a Neusa recusava-se a aceitar a sua realidade, ficou muito desanimada, sem auto-estima e sem vontade de tentar adaptar-se ao seu novo dia-a-dia. Não conhecia ninguém que tivesse uma deficiência ou alguma associação de apoio e, para piorar a situação, o incidente impactou negativamente a sua vida social. Nada parecia ajudar a Neusa na sua recuperação.
Foi então que a médica do hospital recomendou o CENORF. Desde aí, a sua vida mudou completamente. Foi acompanhada durante 10 anos pela nossa fisioterapeuta, a Dalva, e, ao longo do tempo, foi fazendo vários progressos, recuperando a força e sensibilidade nos membros inferiores. Andou de cadeira de rodas durante 2 anos, depois de andarilho durante 5 anos e, desde 2015 até ao tempo atual, utiliza apenas muletas. A sua auto-estima foi reconstituída e, a partir daí, todo o seu quotidiano foi mais fácil.
Em 2010, a Neusa entrou na universidade e licenciou-se em Direito. Neste momento é vice-presidente e auxiliar administrativa da APINUD, participa nos desfiles de moda da associação MODELIN, em competições da associação MONARODA e desde 2014 que é atleta paralímpica nas modalidades: atletismo de cadeira de rodas, lançamento e levantamento do peso.
​
"Aceitar é a chave para recuperar a felicidade e seguir a sua vida. Tenho uma mente positiva, estou sempre a sorrir e a brincar e sinto-me orgulhosa de tudo aquilo que conqusitei e conquistarei".
​
31 de julho de 2019
​
Adriana Sequeira

Aos 10 anos, a Adriana começou a sentir muitas dores na perna esquerda. Começou a fazer vários tratamentos em Cabo Verde, mas, infelizmente, a dor continuava a progredir até que os médicos a informaram que o problema não poderia ser resolvido no seu país de nascença.
​
As dores continuaram a agravar até que começaram a chegar à sua coluna, sendo estas insuportáveis. Foi então que Adriana decidiu que bastava de aguentar aquelas dores que prejudicavam todo o seu quotidiano: faziam-na andar mais lentamente, não poder ir às aulas, etc. Foi para Portugal aos 12 anos com os dois irmãos mais velhos, com o objetivo de fazer tratamentos na área da Fisioterapia e Ortoprotesia, assim como continuar a sua educação escolar.
Com as deslocações que tinha de fazer todos os dias entre escola e hospital, sendo que neste último era onde passava a maior parte do seu dia, foi forçada a desistir por uns tempos do seu percurso escolar. Realizou todos os tratamentos que necessitava e decidiu, aos 20 anos, quando já se encontrava confortável no seu corpo, voltar aos estudos e finalizar o 4º ano. Prosseguiu os seus estudos, fazendo um curso profissional com equivalência ao 9º ano em administração e comércio, curso de línguas e humanidades no secundário e estudou até ao 3º ano do curso de Serviços Sociais na Lusófona de Lisboa, onde desistiu por motivos pessoais.
Nos tempos de escola, não sentiu nenhuma discriminação por parte de outras pessoas e frequentava os mesmos sítios que os seus amigos. Mesmo assim, sentia-se muito triste apesar de que no fim do dia tinha sempre o amor e carinho da sua família.
A Adriana já realiza tratamentos fisioterapêuticos e ortoprotesistas em Portugal há 42 anos, na Fundação Liga. Há 3 anos teve uma fratura no fémur da anca esquerda e foi então que concecionaram uma prótese adequada, no hospital da Amadora.
Há 4 meses veio para Cabo Verde fazer tratamentos fisioterapêuticos durante 1 mês e meio no CENORF, onde tinha 3 sessões por semana com o nosso fisioterapeuta, Marlon Morales. “O tratamento no CENORF correu muito bem, são bons profissionais e têm muita eficácia”.
Hoje, a Adriana é reformada por invalidez, com uma incapacidade de 87% (grau de incapacidade medido por médicos especializados em Portugal). Trabalhou na Faculdade de Ciências de Lisboa, no gabinete de apoio aos alunos, alunos com deficiência, funcionários, professores e pais, com uma equipa de três psicólogos onde era secretária. As suas funções eram de atendimento ao cliente e contabilidade.
“Nunca desista, seja persistente. Tenha a sua própria motivação para atingir o seu objetivo e siga o caminho que acha que deve seguir”.
​
08 de agosto de 2019